quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Phoenix

Como ninguém gosta de Bon Iver - facto que só pode ser explicado, sei lá, assim à cabeça sem pensar no assunto, pelo papel que os dispositivos de comunicação ao nosso dispôr fornecem, onde todos sabem tudo sobre os restantes a todo o momento e sem esperas; ou seja, se todos controlamos tudo o que os outros fazem e temos acesso a tudo de forma imediata, julgamos não ter tempo e certamente não temos paciência para tudo o que não nos agradar imediatamente. Isto para dizer que os últimos 10 segundos da versão a cappella da For Emma valem muito, mas ninguém deve lá ter chegado. Adiante.

Agora que já descarreguei isto (que não sei o que era), venho-vos dar a ver a versão francesa dos Strokes (li isto nalgum lado). Eu primeiro discordei, mas depois percebi (costumo ter opiniões primeiro e percebê-las depois) e então mudei de opinião. Ora, os franceses (em geral) são claramente mais abichanados (em particular). E estes gajos são mais abichanados que os Strokes. Muito mais. Eu nem acho que têm alguma coisa a ver com os Strokes, mas sim, podem ser a versão francesa dos Strokes.

Wolfgang Amadeus Phoenix (Mozart Fénix, em português) é um álbum bom, coerente e ligeiramente potente. Tem animação suficiente, embora a vozinha do gajo possa irritar um pouco: parece cantar sempre com o mesmo estado de espírito, que se pode considerar como abichanadamente feliz. Nada contra: até gosto, se olharmos (ou ouvirmos) estes gajos como uma selecção de músicas e não como um álbum. Tornam-se muito mais digeríveis, de um ponto de vista heterossexualmente musical.

Enquanto eu vou tratar de questões existenciais que se relacionam com a minha orientação (e direcção) sexual, deixo-vos dois vídeozinhos bons destes Phoenix, o primeiro cantado no meio de um sítio escuro de Paris (torre Eiffel), e um segundo video que ninguém é capaz de ouvir porque tem 8 minutos (mas que tem a melhor música do álbum):