terça-feira, 29 de dezembro de 2009

The Pains of Being Pure at Heart - Puro Coração

Como última recomendação do ano, nesta época de paz e bem estar espiritual, trago até vocês esta banda oriunda de NY, com uma sonoridade levezinha, um indie pop fácil e giro de se ouvir.
As Dores de Ser Puro no Coração trazem um som adequado a esta época. Letras emocionais (mas não de cortar os pulsos) e um flow musical que invoca good mood! Um som a atirar para o teenager, vá lá. =)

Este grupinho actuou no PdC 09 e não os vi, ou se os vi não me recordo. =P Não, não os vi mesmo. Foram daqueles primeiros concertos da tarde em que o pessoal se encontra de volta das tendas a socializar, acabados de regressar de um magnifico mergulho nas gélidas águas (com salmonelas) da praia fluvial do Tabuão.

Contam com um álbum (homónimo) editado, lançado em Fevereiro do ano que está quase a acabar:








Aproveito para desejar ao todos os leitores e editores d'oindiepende um feliz 2010! Cheio de novos projectos e cenas e coisas! =)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Lábios Flamejantes beijam Fluido Cor-de-Rosa



O gajo dos Nine Inch Nails deve ter ficado fodido quando apareceu o Johnny Cash e lhe roubou a Hurt. O cabrão do velho tirou de lá a alma original e colocou-lhe... a sua própria alma. Roubou-lhe a música como quem tira uma coisa e diz que sempre foi dele. E para acreditar nele basta ouvir a música. Sente-se. E, se se sente, é verdade. Nada a fazer.

Ora bem, os meus amigos Flaming Lips andam armados em espertos. Pelo que oiço dizer, sempre andaram armados em espertos. Faz parte do programa. Mas desta vez são capazes de ter abusado: decidiram fazer uma versão do melhor álbum de sempre da (também ela) melhor banda de sempre. (Se não sabem de quem estou a falar, é favor alistarem-se para cobaias de novos vírus. As farmacêuticas e eu agradecemos.)

...Mas não há crise. Eu sei que Os Lábios Flamejantes não nos querem mal. Eu perdôo-os. Eu sei que eles sabem o que nós todos sabemos e vocês também sabem que eles sabem - sabem, não sabem? Ora, se eles sabem que os Pink Floyd são a melhor banda real ou imaginária que alguma vez existiu, existe, existirá ou nada disso, sabem também que não há nada a fazer para melhorar este álbum. Limitam-se a admirá-lo, criando a sua própria versão.

Está engraçado. Chega a estar brutal - oiçam a Clare Torry na The Great Gig In The Sky... com a diferença em que em vez de uma dona de casa inglesa, trata-se de uma guitarra eléctrica. Boa!

Esta versão é uma boa maneira de entrar no mundo pseudo-qualquer-coisa dos Flaming Lips ao mesmo tempo que sempre têm um gostinho pela melhor banda de sempre: é a cultura a dobrar, estúpido! Já para não falar que é um excelente programa de passagem de ano - uma ervinha durante este Dark, depois um pouco de LSD cornos abaixo durante o original. Wooo-ooooh! Bom ano etc, etc!


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Frankie Chavez...E não é Venezuelano

Pouco mais tenho a dizer sobre este talento musical...dá-se pelo nome de Frankie Chavez, toca um tipo de música alternativa que combina o Folk e o Blues contendo passagens “com ambientes por vezes limpos e outros mais crus e psicadélicos. “ Ah! Sim é Alfacinha.
Descobri-o ouvindo a melhor rádio portuguesa (Antena 3), com o seu trabalho, digamos que mais musical para um primeiro impacto, “The Search”.
“The Search” foi utilizada para ser a música oficial do Rip Curl Pro Search 2009 e ainda para formar parte da banda sonora original de “Pare, Escute, Olhe”, documentário de Jorge Pelicano.

Conheçam mais em:

http://www.myspace.com/frankiechavez



segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Jack White (Joaquim Branco) ou como o som se propaga no vazio

É impressionante o meu extremo bom gosto. Acho que gosto de tudo o que gosto; chego até a ser a pessoa com melhor bom (?) gosto que conheço. A segunda pessoa no mundo com quase tão bom gosto como eu é o Jack White (Joaquim Branco).

Trata-se, para quem não conhece - haverá alguém? - do Robbed Paul (Paulo Furtado) estrangeiro, com a diferença de ser o melhor músico da década para pessoas que percebem das merdas - e para a Uncut também - enquanto que o lendário é apenas o melhor português.

No meio de tudo o que faz - e é tudo bom, tudo bom - o projecto fora do domínio dos White Stripes (Riscas Brancas) mais facilmente digerível chama-se Dead Weather (Tempo de Merda, em português). Neste super-grupo, o Quim mostra-nos que, para além de sacar riffs como quem manda peidos com molho quando está com diarreira, também toca bateria como quem só pode estar a querer meter nojo ao comum dos mortais - vocês incluídos. Mas não vou falar da banda, já alguém o fez neste blog e tudo. Então que venho aqui fazer, perguntam vocês. Que vens aqui fazer? É pá, venho dizer-vos que ando a sofrer com uma música que não me sai da cabeça. Então e que tenho eu a ver com isso?, pergunta o leitor. Pois. Se calhar não tem nada, mas agradecia que o leitor se calasse para eu poder continuar o post à vontade.

Obrigado.

Estou aqui e estou a ouvi-la em loop no meu cérebro vazio. Ainda por cima não percebo como é que isto anda aqui a passear - é suposto o som não se propagar no vazio. Mas que cá anda, anda. Como qualquer pessoa que leia Calvin and Hobbes sabe, a única solução é fazer passá-la para a cabecinha de outra pessoa.

Venho portanto fazer-vos o mesmo: vou-vos passar a música da minha cabecinha para a vossa. E é bem feita. Carreguem no play e sofram as consequências:



terça-feira, 15 de dezembro de 2009

John Frusciante...deixa de ser um RHCP!!!


Algum dia… havia de vir até aqui, escrever algo!

Não o faço com a melhor das sensações, pelo contrário até é com um sentimento de tristeza que o faço. Nem o tema talvez seja o adequado, para este local de culto ao Indie...mas lá vai...

“O guitarrista John Frusciante abandonou os Red Hot Chili Peppers, noticia o site MusicRadar.com, que falou com uma fonte próxima da banda californiana.
«Psicologicamente, o John desistiu [da banda] há muito tempo. Ele está mais interessado em fazer as coisas dele, os seus próprios discos - a máquina de uma grande banda de rock já não o atrai», disse a fonte anónima.
Entretanto, o guitarrista terá sido substituído por Josh Klinghoffer, curiosamente antigo parceiro de Frusciante nos extintos Ataxia.
«O Josh Klinghoffer tem tocado com a banda há já uns meses. Os Peppers andam à procura de um substituto permanente para o John.» “
(Fonte: Mil Fontes)

Fiquei mesmo fodido… Bem sei que RHCP não é de todo uma banda alternativa neste momento, já o foi… porém John Frusciante é um alternativo até aos ossos, talvez daí ter deixado a minha banda favorita desde a adolescência...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

The xx ou a arte de fazer xx nas calmas

Para quem era vivo no início desta década que felizmente vai agora terminar, sabe que os ingleses (o NME, o Guardian e a Rainha Isabel II) são doidinhos por bandas inglesas. Estás-lhes no sangue ou qualquer coisa, não percebo. Quando surgiram os Strokes (Ataques Cardíacos) entrou tudo em pânico. Ai ai, os americanos são melhores que nós, e agora? Pegaram no primeiro drógádo que apareceu e pimba, agora nós temos os Libertines (drógádos, em português) que ainda são melhores que os nova-iorquinos. Claro que, muito previsivelmente, os Libertines foram caindo no meio do caos Pete Dohertiano e os bifinhos lá acabaram por considerar os Strokes melhorzinhos (que sempre foram).

Pois eis que os The xx (mijo, em português) são a nova coqueluche britânica. Pus-me logo do contra. Mas eles chatearam tanto com xx para aqui, xx para ali, que eu, com tanto cheiro a mijo, lá fui ouvi-los.

É bom. É simples. É inexplicavelmente simples. É tão simples que parecem parvos. Então, deixa-me lá ver se eu percebo que se passa aqui: 4 putos decidem criar uma banda e em vez de andarem aos berros (como ali os Crystal Antlers) e histéricos a gritarem por amor adolescente e virgindades perdidas assim ao calhas, aparecem-me com uma calma digna de um gajo sábio como, digamos, eu mesmo? Que se passa? Devem andar a tomar depressivos, só pode.

E no meio de tanta simplicidade, têm ideias geniais: topem como cada um canta o que lhe apetece ali a partir do 2:40, ela pelo lado do Glacies have melted to the sea, ele pelo things have gotten closer to the sun e depois juntam tudo, acabando a cantar exactamente o mesmo go slow.

É minimalisticamente bom. Sim, são capazes de ser a estreia do ano. Eu bem disse que este era o melhor ano indie desde 2003. É que isto nem é indie - ou é? Importa alguma coisa?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Built To Spill

Porque nunca recebi uma carta em casa a definir a linha editorial do indie, não faço ideia do quão novo e inesperado deve ser o que aqui partilhamos. A julgar pelas primeiras entradas, é provável que se trate de uma questão un-pertinente e que o desarrolo seja muito mais à Lagardère (pimbas, três línguas!) do que previa. O maior sintoma disto, até, é dedicarmos um blog inteiro a um estilo residual, paralelo daquelas categorias psiquiátricas para onde se manda tudo o que ainda não tem nome, relevância estatística, ou interesse económico. (Agora que penso nisto, a metáfora podia ir bem mais longe, fazendo sentido, mas não politizemos, senhores, não politizemos.) Assim, com toda a modéstia que caracteriza nenhum blogger, deixo uma referência que, antiga, a tocar desde mil novecentos e noventa e dois, foi para mim uma descoberta de há três horas atrás: Built To Spill (nem vou entrar pelas traduções). Estadunidenses, com barbas que não vão com a delicada sinceridade de algumas letras, têm um som que faz lembrar os por mim já aqui tratados Modest Mouse. Não obstante, dêem a volta à pirâmide, que segundo a wikipédia são estes a citada influência de bandas como The Ataris, The Strokes, MM e Death Cab for Cutie.
O último álbum é de Outubro, There Is No Enemy; a minha favorita:

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sunset Rubdown e Spencer Krug

Comquintão, os Sunset Rubdown (Massagem ao Pôr-do-sol, em português simpático) são mesmos bons. Quem diria. Eu bem tinha ouvido dizer que havia bandas lá do Canadá ou o que é aquilo que também eram boas, todas filhas e/ou netas dos Arcade Fire. Tinha ouvido falar, mas não me dei ao trabalho de ouvir nenhuma; a não ser aqueles com o nome comprido que, de tão bons que devem ser, nem me lembro do nome. É que não gosto de ir atrás dos filhos dos outros. Surgir na sequência do sucesso de uma banda é mau sinal. Às vezes até são bandas engraçadas, mas quase sempre sofrem com falta de originalidade e, consequentemente, têm um período curto de vida. Se forem bons, oiço falar deles passado uns anos.

Foi o que aconteceu com estes massagistas. Já existem desde 2005, como projecto paralelo (ou perpendicular ou simplesmente por cima) dos Wolf Parade, banda que já ouvi falar mas que nunca ouvi - e também neste momento não me apetece.

Dá-me ideia (notar que ainda só ouvi o Dragonslayer - odeio este nome - que ao que parece é o LP deste ano destes gajos), assim de repente, ao ouvir a voz deste gajo, Spencer Krug, que estou perante um gajo que vai ser daqueles cabrões que terá sempre uma carreira cheia de qualidade mas onde o excesso de obras o impede de ter um álbum definitivo que seja uma verdadeira obra-prima e consiga resumir de forma eficaz tudo o que este gajo tem de melhor. Pela voz (não pelo timbre), dá-me ideia que há-de ter uma carreira ao nível de um Nick Cave (Nuninho Caverna) ou Tom Waits (Tó Esperas), cheias de coisas fantásticas e tão extensas que é preciso um gajo ter paciência de chinês para conhecer a obra toda destes gajos.

Portanto, o que aconselho (também aconselho a não seguirem nenhum conselho meu) é começarem a interessar-se por este Spencer Krug antes que seja tarde de mais. É que se não, quando dermos por ela, já temos uns 20 ou 30 álbums para ouvir e depois não podemos impressionar as gajas nas conversas de cafés - diz que as gajas impressionam-se muito por quem conhece a obra completa deste tipo de gente - porque já não temos idade nem paciência para ir ouvir aquilo tudo. É começar enquanto ainda há tempo. E, caro estudante do Técnico, se pensas que já não tens tempo - espera até começares a trabalhar.