sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mão Morta - Budapeste

Em tempos em que o lema é "o que é nacional é bom", o qual concordo, deixo aqui uma reliquia para relembrar o rock'n'roll tuga. E como é fim de semana - mais um vodka pátestar!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ataxia - descoordenando e desequilibrando

Epá! Trago aqui hoje no bolso (ou em cima mesa, em formato em mp3), um projecto que pronto, é de ouvir e deixar fluir, psicadélico e louco, tudo good old cenas. Ataxia, ou como quem diz, um projecto de John Frusciante, antigo RHCP. Ele que sempre teve uma queda para projectos a solo, iniciou este Ataxia em 2004, lançando um LP e mais tarde, em 2007, realizou um segundo trabalho. Link para a wiki aqui!

Deixo aqui dois aperitivos para quem ainda não tomou uma refeição, ou sobremesas, para o reciproco.
Do primeiro trabalho, porque no meu ver é o mais bonito:





Experimental, louco e sei lá mais o quê, mas merece um cantinho em algum dos nos nossos diapositivos reprodutores de audio digital!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

voltar a Björk

Tinha dezasseis anos quando chateei muito os meus pais para ir ver Björk ao Hype@Meco. Foram levar-me e buscar-me, era a primeira vez que ia a um festival de música com amigos. Ouvia o Homogenic e o Vespertine em loop, na altura. Com o passar do tempo, a artista saiu da minha lista de preferências, em parte porque não percebia onde queria chegar. As melodias, as letras e as técnicas começaram a parecer-me repetitivas e não me seduziam - demasiada natureza, tininins e variações passivo-agressivas.
Ontem, à espera do autocarro - longa espera, btw; não desejo a experiência de transporte público maltês a ninguém -, saturada das pastas que tinha no ipod, sintonizei rádio no primeiro e talvez único posto não untzcapuntz disponível. A melhor das surpresas: uma entrevista com a em-tempos-minha-artista-favorita para me fazer regressar a ela com renovados olhos e orelhas.
Biophilia (mais um desses esoterismos científicos, felizmente sem o famigerado "quântico" à mistura) dá título ao novo álbum de Björk, a sair Setembro próximo. O sururu em torno das suas novidades técnicas pode ser desgastante: sim, a artista não recorre "instrumentos convencionais", sim, ela gosta de touchscreens e de ipads, pois, a apple preparou-lhe uns apps quaisquer novos para compor música. So what? Por muito que aprecie o empreendimento técnico, tudo isto me pareceria muito vão se não tivesse ouvido a entrevista e os propósitos de Biophilia por Björk, ela própria, muito esperta, clara e sensível, inteligentemente interrogada pela tipa do The Strand. Espera-nos então um álbum post-moaning, de soluções estéticas para lutas musicais, pessoais e políticas.

Deixo-vos os link para a entrevista (aqui) e uma música de amor sobre vírus, generativa.


Porque música generativa não se ensaia, é com ainda maior expectativa que fico à espera de ver Björk de novo. E desta vez conduzo eu.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Junk Culture

Já a minha avó dizia - nunca se deve falar de mais - pois tudo o que é em excesso pode desvirtuar o que realmente interessa! E realmente posso afirmar que ela tem razão! Os Junk Culture lançaram este ano o 2º album (Summer Friends) onde o estilo virou totalmente para o indie e passaram um pano sobre as raizes do 1º album (West Coast)

1º album 'West Coast'


Não é que este segundo album esteja mau mas o 1º tinha-me deixado demasiado entusiasmado com este tipos para aguentar tal choque, mas aos poucos lá me vou habituando e esperando pelo 3º para ver para ver para onde eles se viram agora.

2º album 'Summer Friends'


Ahhh e nunca se deve falar de mais pois no 1º mal existem vozes e no 2º são uma constante.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bajo Fundo Tango Club

"una copa de vino, un porrito y buen sexo....! q puede ser mejor.....................y de fondo un buen tango chill out!"

Quando li este comentário, durante 5:11 estive em pleno Buenos Aires num dos clubes de tango com um copo de vinho chileno, um porro jamaicano e uma bela mulher argentina, e que pena que tenho ser só 5:11 min, pois podia ser uma vida!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Primitive Reason

Se eles fossem norte-americanos, onde estariam?


(Provavelmente, na América do Norte?)

Lumerians

A arte de hipnotizar está reservada a certos indivíduos que usam uma medalha presa por um fio, com uma espiral desenhada?

The area around the stage was packed with people swaying back and forth on their feet as if hypnotized by the music. The band had a projector set up that contributed to the tripped out atmosphere by displaying floor to ceiling shots of spinning spirals and moving patterns. Their set was tantamount to listening to the soundtrack from an epic science fiction movie about a jungle on another planet. Disse um senhor reporter.

Venham de lá, ó Lumerians, que eu reservo um espaço na minha agenda (super populada) para marcar presença na sessão de hipnose!



sexta-feira, 27 de maio de 2011

The Antlers - Burst Apart

Luzes refletem no alcatrão o cansaço da noite. A vida é tão mais fácil no banco de trás. Encostar a cabeça no vidro. O carro está cheio daquele silêncio acolhedor que só amigos adormecidos conseguem dar. A música começa.


Às vezes - só às vezes - a vida faz sentido.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Bardo Pond - Ticket Crystals (2006): Um boa prenda para o dia da Mãe

E provavelmente vais matá-la. O que para alguns pode ser a melhor prenda para o dia do Filho.

E se no final da primeira faixa (Destroying Angel) ela ainda estiver viva, então orgulhem-se.
Porque se a vossa mãe conseguiu sobreviver aquela dose de dor, pus, sangue e morte, merece viver para ouvir o resto do álbum.

E falar da droga é cliché. É. Mas o ouvinte cauteloso vai certamente encontrar uma nova medida para a pesar, embalar e comercializar. Essa medida é o camião. Os Bardo Pond transportam nas suas veias um camiãozinho cheio de LSD e nós absorvemo-lo como uma transfusão sanguínea pelos tímpanos. E as nossas santas mãezinhas também.

Se a distorção da guitarra é capaz de fazer o vosso primo afastado que mora na Austrália trepar às paredes como um Yorkshire Terrier com medo de morrer quando passam este álbum no vosso estéreo, talvez as vozes e os ecos o façam rebuscar nos confins mais profundos da sua massa cinzenta que a construção civil não é sítio para quem pinta as unhas.

Mais informo que a cover dos Beatles, Cry Baby Cry, vem só confirmar de forma veemente que este álbum é efectivamente dedicado à nossa mãe.

Os Bardo Pond não conseguem vir à Europa porque a alfândega americana é muito rígida. Se tocarem no aeroporto para fazer render o bilhete do avião, talvez muita gente enlouqueça e os besouros de metal sosseguem uma vez na vida.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

MUNK

-Ó tempo volta para trás! para poder aproveitar todos os momentos únicos que passei contigo! Não te apetece o mesmo? - diz ela
- Não, eu estou bem aqui e agora! Gosto de olhar em frente e ver no horizonte o que novo se produz! - diz ele
- Então e os jantares romanticos e todo o amor explosivo que já passou, já não te interessa?
- Não, quer dizer sim, isto é, interessa mas não agora que estou a ouvir MUNK! - diz ele
- Ah, sim? Então vai-te f%&@£! - diz ela!
E assim começou mais um caso de violência domestica!
Moral da historia, se querem ouvir MUNK estejam longe das gajas que elas não nos vão deixar ouvir a música descansadamente!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Awesome Color, my name is Trio, Power Trio

Quem ouve música nos dias que correm (toda a gente e não gente) tem muito por onde escolher, mas quando a oferta/esmola é grande, o pobre desconfia. E hoje todos nós somos pobres, almejamos um futuro melhor enquanto pessoas tentam com que lhes seja realizada uma felação por motivos de ordem superior. 
Somos pobres, o mercado (lota) da música torna-se ainda mais maior grande a cada milissegundo que passa, portanto não é preciso ser doutorado para deduzir que iremos desconfiar.
Então vamos para escolhas catalogadas como "Queres algo simples que até soa bem? Então ouve isto!".
The Jimi Hendrix Experience, juntamente com Cream e provavelmente umas doses de LSD popularizaram o conceito de banda Power Trio (três pessoas, três instrumentos, três não sei quê) e vêm de lá uns gajos em 2004, a dizer, "Nos fazemos música simples, com guitarradas, tipo banda de garagem. É porreiro, oiçam, 'comprem'!"
Awsome Color, já aqui foram falados, mas no ano passado lançaram um terceiro álbum ao qual eu tiro o chapéu, aliás, tiraria se usasse.
Uma guitarra, um baixo e uma bateria.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Antes de existir rap, o melhor contador de estórias chamava-se Johnny Cash

Mas depois veio o rap e o melhor contador de estórias continua a ser o Johnny.

Quinta-feira, à mesa, alguém vasculha as músicas e diz

Este som é tão bom, pá.

Sexta, a subir escadas, oiço-a pela primeira vez. Fixo uma parte em específico que me faz sorrir.

Nesse dia, às tantas da noite, numa disco com o melhor som de sempre naquela noite em específico, a música começa. Pela segunda vez na minha vida, oiço-a. Ao meu lado, a pessoa que me tinha falado na música também thumbs up'ava o DJ.

E, chegando à parte certa, berrámos em conjunto.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Nasser


O que somos nós, mesmo? Numa altura em que se diz que 2 biliões (sic) de pessoas irão assistir a um casamento como se fosse o acontecimento das suas vidas; onde o voyerismo é levado ao extremo; onde impera a cultura da celebridade, do ser famoso ainda que inocuamente oco; onde para ser ator é preciso ser-se bonito e ser político é lançar sound-bytes; onde ser artista de sucesso é ter pernas até ao rabo; onde "compromisso amoroso" é contrair empréstimos de longa duração; onde não se leem jornais mas gastam-se ordenados em televisões gigantes para vermos publicidade enquanto esperamos dormentemente por programas que nos emburrecem, o que somos nós, mesmo?

E ninguém nos inspira. Somos uns pedaços de merda.


Pelo menos é o que os Nasser dizem. Há como não concordar?


(via Luís Matias)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Horrores lá pra Julho

Mais coisa menos coisa, em Julho The Horrors vão lançar o seu terceiro trabalho de originais. Vi esta senhora banda no PdC 08, e sim senhor, post punk e coisas psicadelicas. Estes gajos vão longe, nem que seja por terem aparecido em Portugal vindos de terras sua majestade.
Ficam aqui duas injecções destas coisas!


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amiina

Esta é o meu primeiro post, por isso aproveito para cumprimentar todos os colaboradores e administradores.
Em 2005 fui ver Sigur Rós ao coliseu (a segunda vez) e estas quatro meninas abriram o concerto, que mais me arrepiou. É que eu sempre pensei que um serrote servisse simplismente para cortar, mas estas meninas da Islandia usam-no para criar sons magnificos, utilizam ainda copos de cristal, bem sem palavras.
Cumprimentos a todos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

uni_form

Chamam-se uni_form, tocam post-punk e são portugueses. Existem desde 2006 e em 2010 lançaram-se no mercado com Mirrors - O único LP da banda.

Nascidos em Lisboa em 2006, os Uni_Form são compostos por Umbigu no baixo, Exploding Boy na percussão e Voxx Machina na voz e na guitarra e Soraia Simão nas teclas. Com uma forte aposta nas sonoridades mais dark, reúnem influências como Joy Division, Bauhaus, White Lies, Pixies, Depeche Mode, Nine Inch Nails... Contam com o álbum de estreia "Mirrors" e lançaram recentemente o EP "Winter Blue", do qual extraíram o single "Fire", que vão apresentar oficialmente no Santiago. @BLITZ

Concordo com o senhor Blitz, mas falta algo. Apesar de tudo falta referir que se fecharmos os olhos e ouvirmos uni_form parece que estamos a ouvir Interpol disfarçados de Editors, ou vice-versa.
Em suma, uni_form merecem a nossa atenção, mas se conseguissem ser mais originais, chamar-lhes-ia uma forte promessa da música portuguesa.

quinta-feira, 24 de março de 2011

The Strokes - Angles

As voltas e os ângulos que a vida dá. Têm 10 anos de existência, foram influenciados mas também já influenciaram e influenciam. The Strokes já são portanto um fenómeno do rock alternativo.
Bom mas não estou aqui para puxar lustre à banda de Julian Casablancas, já não ganho nada com isso. ^^ Foi na passada terça-feira que apareceu nas prateleiras o quarto LP dos The Strokes - Angles, o nome do trabalho. O álbum foi disponibilizado online, oficialmente pela banda, antes da chegada às lojas.
Sólido e conciso, um álbum que vale a pena "comprar"! Não esperava mais nem menos, são 10 faixas, não são 3, portanto não poderemos proclamar "a conta que Deus fez", até porque não foi Deus, foram os The Strokes que trabalharam e inventaram o álbum.
Muito indie, muito sintetizador, algo de 80's, algo de 60's... Enfim, oiçam!




http://www.myspace.com/thestrokes

Posto isto, 2011 promete! Arctic Monkeys aparecerão...

terça-feira, 15 de março de 2011

Eu quero é que a Janelle Monáe durma no meu carro todas as noites (mas só quando estaciono em sítios obscuros)

O melhor álbum do ano passado dá-se (e vende-se, caso o leitor seja otário) pelo nome de The ArchAndroid. Gostaria de ter dito isto antes, mas passo os dias a ouvir o álbum desde há meses para cá. Sem entrar em grandes detalhes, até porque prefiro-os (aos detalhes) pequenos e apertadinhos, dou apenas 2 de 280 000 razões (segundo a PSP e o Governo, serão apenas 160 000) para esse facto:

Primeiro, contém a melhor música feita o ano passado, pelo menos das que me dei a ouvir - cheguei a ouvir perto de 6 músicas durante o ano inteiro! Segundo, a sua voz é o melhor alarme de carro desde 1998. Não acreditam? Carreguem no botão e aguentem-se até aos 2:20. (pena a qualidade de som não ser a melhor)

 
Terceiro, visto que não sei contar, esta mulher, Janelle Monáe, possui o potencial mediático da Lady Gaga e da Madonna mantendo simultaneamente actividades directamente relacionadas com Música. Ainda por cima é toda ela, incluindo penteado, classe. Casava-me. Bitch.

Resolvido este assunto, cabe-me (embora custe a entrar) dizer que o novo álbum dos Radiohead é o primeiro desde o Kid A que não será o melhor álbum do ano. Não que seja mau; é fabuloso: o problema é que os TV On The Radio vão editar álbum em Abril.

Mas não deixa de ser magistral ouvir o Thom Yorke (Thó Iorquee) chorar

It's like I'm falling out of bed
From a long, weary dream

E todo ambiente musical colocar-me nesse estado de espírito.

Boas audições, estejam atentos aos senhores Strokes. Estão simpáticos e refrescantes.

quinta-feira, 10 de março de 2011

The Nice - America

Num tempo onde a desinformação reina na vossa sociedade - digo vossa e não nossa pois encontro-me noutro nível, mais abaixo, certamente fruto da completamente injustificada humildade que me descaracteriza -, o povo, essa coisa amorfa que está a deixar de o ser devido a canções entretanto tornadas símbolo de qualquer coisa, catalizadoras de tantas outras, díspares nas soluções que fazem emergir mas comuns na sensação causada, na vontade espontânea em erguermo-nos e bater palmas - a mensagem, parece que a mensagem conta! -, trago-vos, tento eu dizer, num saco de plástico (completamente biodegradável, desde que se aguarde pacientemente durante uns milhares de anos), trago-vos, digo, a primeira música instrumental de protesto:


É História! Sábado, será estória ou História?

terça-feira, 1 de março de 2011

Best Coast

The World Is Lazy...dizem os Best Coast. E para que os membros desta comunidade não se deixem encostar tanto,digam lá o que andam a ouvir ultimamente, indiependentemente falando. É a crise também neste blog??

Tenho este som em repeat em diversos momentos do dia,parece-me catita :)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Change my pitch Up

Talvez alguns de vocês já tenha visto, mas este "Making Of" está muito completo,não há truque algum,nada na manga...há sim muito trabalho de pesquisa e trabalho de casa.
Nós aproveitamos para aprender umas coisas,descobrir que há discos no baú aos quais se dão uso.

Prodigios de outrora,é aqui revelada a receita para "Smack My Bitch Up" dos Prodigy.

Hope you like it.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Yann Tiersen - Dust Lane


Após 6 anos sem lançar um álbum de originais em nome próprio, Yann Tiersen apresenta-nos o resultado da metamorfose em que se embrenhou durante todo esse tempo. Quem acompanha o trabalho deste compositor, sabe que ele tem vindo a transgredir a sua formação clássica em direcção ao mundo do post-rock e do assim denominado indie. Para essas pessoas, este álbum é o caminho que se poderia esperar do Tiersen, aliando o seu género de composição, à fusão com outros estilos tanto modernos como antigos, e que ele tem vindo a explorar.
Para as restantes, o álbum será ums surpresa irreconhecível.



Encontra-se neste álbum um Tiersen maduro, com remniscências da sua juventude. Temos uma música séria, de quem tem mãos com constante criatividade bem reconhecida, no entanto, a nostalgia do pos-punk que viveu na sua era juvenil é um marco nítido. O álbum não é triste, mas não se exalta demasiado aos clichés da actualidade. Tem cores, mas pode-se considerar sóbrio. Citando a Persistência da Memória de Dali, ou o Eternal Sunshine of the Spotless Mind de Gondry, a nostalgia surge como quando hoje em dia nos recordamos da infância, no entanto, ao lembrar-nos de nós e das pessoas, vemo-nos como somos actualmente, e não como eramos na altura.



Em termos de enquadramento no seu trabalho, esta nova vertente muda-o de direcção, mas não cria nenhuma aresta. Sentimos que o Les Retrouvailles, de 2005, foi uma premonição do que vinha aí, onde Tiersen começou a anunciar um desejo de mudança. No seu álbum ao vivo On Tour tinha já editado versões post-rock de muitos dos seus antigos sucessos. E desde essa altura tem vindo a trocar, nos seus concertos, o piano pela guitarra e o acordeão pelo ondes martenot, mudança que suscitou nos apreciadores e na crítica um misto de aclamação e de desagrado. Os que apenas gostam do Tiersen clássico ficaram profundamente desiludidos com o novo caminho, facto que se observou directamente com o regular abandono de alguns espectadores a meio dos concertos. Para quem acredita que o novo caminho possa ser tomado sem que ele perca a qualidade que sempre teve, o novo género tem sido uma redescoberta de alguém que se pensava estar já estritamente definido. Ao mesmo tempo, este novo caminho redefine o público que o segue, abrindo novas portas a quem antes não se sentia atraído pelo seu trabalho.



Para fechar, o álbum representa um sinal de pontuação e um novo parágrafo, na história de quem faz a música que sente a cada momento. Independentemente de ser o que os antigo fãs querem ou não ouvir, é o que ele quer fazer. Muitos outros artistas seguiram esse caminho, e por mais que muitas vezes nos desiludam, o importante é perceber se o fazem por que querem, ou porque o mercado e os produtores o querem. Neste caso a progressão que o trouxe até este ponto denota nitidamente que é o que ele quer.


Quem quiser continuar a ouvir, ouve; quem não quiser, terá sempre os antigos álbuns que serão eternamente imortais; e quem não queria ouvir antes poderá querer ouvir agora. Vale a pena experimentar.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

There's someone in my head but it's not me

Não sei se padecem do mesmo mal. Bom, deviam.

Entrei em casa e a meio lembrei-me disto

I can see the buzzards
I can hear the crows

E o pânico instalou-se (next; next; next; no desktop icon; finish) porque não conseguia identificá-la. Vasculhei isto tudo, fui dar aqui - a frustação, não é isto! Argh, esta música é boa, mas está a atrapalhar-me. A música acabou. Silêncio ajuda-me, mas desisti. Arrumava as coisas - pára tudo! Já sei!

Era isto:


Uff, que alívio. Estava a ver que não dormia hoje.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Apparatjik

Está cada vez mais na moda a criação de "Super Grupos" - pessoas que pertencem ou pertenceram a bandas que atingiram relativa fama e sucesso, ou que ficaram conhecidos pela sua carreira a solo. Um dia lembram-se - "Olha, telefona aí ao Armando para se juntar a mim, Fernando e a ti Rolando, para nos juntarmos e formarmos uma banda". Aproveitando o facto de serem conhecidos pelas suas carreiras musicais, ao criarem um Super Grupo, o sucesso do mesmo é quase garantido.

Bom, trago até vós Apparatjik, rock leve e experimental proporcionado pelo guitarrista dos A-Ha, pelo vocalista dos Mew e que inclui também o baixista dos Coldplay (quem ouve Coldplay ou é gay ou quer ser, desculpem ^^).
Lançaram no já antigo ano 2010 um LP intitulado We Are Here. É bom, oiçam! Da para ouvir enquanto se fazem coisas e afins.
Ficam então aqui uns laivos dos gajos:



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Regina Spektor a mostrar-me de que é feito a No Surprises dos Radiohead

Cada um interpreta à sua maneira.

Para mim é morrer a vida, "viver" os dias como uma sucessão regular e mónotona de dias regulares e monótonos, mergulhados no meio da rotina, embrenhados no quotidiano. É fechar os olhos à injustiça, especialmente à  injustiça que cai sobre os outros.

A vontade de não-me-chateiem-ponto-de-exclamação-deixem-me-sossegado-por-favor, tenho medo que me abalem este sistema, este sistema a que teimo chamar "vida" mas mais não é uma forma dinâmica de morte... mas que tanto trabalho me deu a criar! Deixem-me confortável no sofá e não me peçam para abrir os olhos e perceber que não há sofá

É não sonhar, é não abrir os olhos para a sociedade e para o que de errado há na nossa vida, no governo, na crise.
2011, o ano da crise. Da crise de valores e de consciência política, digo eu. Da vida-está-difícil, dizem outros. Da resignação, dizemos todos.

Oh, pessoas: esse flagelo da sociedade!


A heart that's full up like a landfill,
a job that slowly kills you,
bruises that won't heal.
You look so tired-unhappy,
bring down the government,
they don't, they don't speak for us.
I'll take a quiet life,
a handshake of carbon monoxide,

with no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
Silence, silence.

This is my final fit,
my final bellyache

with no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises please.

Such a pretty house
and such a pretty garden.

No alarms and no surprises (get me outta here),
no alarms and no surprises (get me outta here),
no alarms and no surprises, please.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Japanther

Nascidos do outro lado do Atlântico, bem longe da Manchester natal dos Joy Division ou da cosmopolita Londres dos The Clash, eis que surgem estes quase desconhecidos do Post Punk. Os Japanther vem da carismática zona de Brooklyn e podem gabar-se de andar "incógnitos" nestas lides musicais há quase 10 anos.