segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Lábios Flamejantes beijam Fluido Cor-de-Rosa



O gajo dos Nine Inch Nails deve ter ficado fodido quando apareceu o Johnny Cash e lhe roubou a Hurt. O cabrão do velho tirou de lá a alma original e colocou-lhe... a sua própria alma. Roubou-lhe a música como quem tira uma coisa e diz que sempre foi dele. E para acreditar nele basta ouvir a música. Sente-se. E, se se sente, é verdade. Nada a fazer.

Ora bem, os meus amigos Flaming Lips andam armados em espertos. Pelo que oiço dizer, sempre andaram armados em espertos. Faz parte do programa. Mas desta vez são capazes de ter abusado: decidiram fazer uma versão do melhor álbum de sempre da (também ela) melhor banda de sempre. (Se não sabem de quem estou a falar, é favor alistarem-se para cobaias de novos vírus. As farmacêuticas e eu agradecemos.)

...Mas não há crise. Eu sei que Os Lábios Flamejantes não nos querem mal. Eu perdôo-os. Eu sei que eles sabem o que nós todos sabemos e vocês também sabem que eles sabem - sabem, não sabem? Ora, se eles sabem que os Pink Floyd são a melhor banda real ou imaginária que alguma vez existiu, existe, existirá ou nada disso, sabem também que não há nada a fazer para melhorar este álbum. Limitam-se a admirá-lo, criando a sua própria versão.

Está engraçado. Chega a estar brutal - oiçam a Clare Torry na The Great Gig In The Sky... com a diferença em que em vez de uma dona de casa inglesa, trata-se de uma guitarra eléctrica. Boa!

Esta versão é uma boa maneira de entrar no mundo pseudo-qualquer-coisa dos Flaming Lips ao mesmo tempo que sempre têm um gostinho pela melhor banda de sempre: é a cultura a dobrar, estúpido! Já para não falar que é um excelente programa de passagem de ano - uma ervinha durante este Dark, depois um pouco de LSD cornos abaixo durante o original. Wooo-ooooh! Bom ano etc, etc!