quarta-feira, 28 de outubro de 2009

The Smiths ou a beleza da vida quando estamos deprimidos

The Smiths ou, em português, "Os Silvas" são a banda da geração cool da década de 80. Gajos que agora andam nos seus trintas ou quarentas, deprimentes, solitários e em busca da compreensão que nunca tiveram, adoram esta banda. Principalmente porque nessa época, altura dos seus vintes, eram seres deprimidos, com a mania que gostavam de andar sozinhos e que tudo julgavam compreender com uma sensação de decepção a roçar a resignação de quem já desistiu de mudar o mundo. Estes então jovens tiveram a sua janela de luz e esperança nos Smiths, com um Morrisey que cantava de forma brilhante o seu (dele e da geração de 80) desespero cosmopolita, elevando a respectiva depressão a condição permanente - a estilo de vida.

Os The Smiths são uma grande banda - aliás, qualquer banda da década de 80 que recusasse aderir à dance music e a sintetizadores garante logo meio caminho para ser grande - mas são também uma banda muito díficil de começar a gostar. Partilhar da mesma desilusão pela vida, ter tendência para a depressão sem, no entanto, largar um sentido humor por vezes negro

And when I'm lying in my bed
I think about life
And I think about death
And neither one particularly appeals to me


é o caminho indicado para conseguirmos ver a beleza das suas músicas.