sexta-feira, 16 de julho de 2010

The National

Desde que se formaram por geração espontânea ou criação divina, os The National decidiram seguir as pisadas dos Tindersticks.

Como tinham um gajo sem grande amplitude vocal (o que é isto?), decidiram entrar no esquema de fazer músicas assim a modos como que parece que os intrumentos compensam ali qualquer coisa em falta no homem. É táctica de limitados mas eu admiro - resulta muito bem, de facto.

É que, bem vistas as coisas, aquela voz de ressacado por amor lamechas e ar de quem tem tendência para fazer queixinhas, juntas a uma letra porca como

Karen, put me in a chair, fuck me and make me a drink
I've lost direction and I'm past my peek

cativam qualquer mente tarada - curiosamente, também eu fiquei cativado. Entretanto, neste último trabalho, intitulado "High Violet" (foi o meu momento jornalístico, obrigado) parece-me que se tornaram numa espécia de banda-bandeira para todos os indie. Acho que são bons, mas nem tanto. Este último cd veio mostrar, aos meus e a todos os outros olhos que percebam das merdas, terem encontrado o caminho para o sucesso, vulgo fórmula da galinha dos ovos de ouro. Músicas com qualidade constante, sem grande inovações relativamente aos trabalhos anteriores. Mais do mesmo, mas igualmente bom. Enfim: provavelmente irão crescer e crescer e crescer até se tornarem insuportáveis. Eu espero que não - muita gente a gostar do que eu gosto é coisa que não me agrada nada - espero, caros leitores, que partilhem do mesmo sentimento democrático.




Nota: Este post quer que o acordo ortográfico se auto-penetre, pô.