Desde que se formaram por geração espontânea ou criação divina, os The National decidiram seguir as pisadas dos Tindersticks.
Como tinham um gajo sem grande amplitude vocal (o que é isto?), decidiram entrar no esquema de fazer músicas assim a modos como que parece que os intrumentos compensam ali qualquer coisa em falta no homem. É táctica de limitados mas eu admiro - resulta muito bem, de facto.
É que, bem vistas as coisas, aquela voz de ressacado por amor lamechas e ar de quem tem tendência para fazer queixinhas, juntas a uma letra porca como
Karen, put me in a chair, fuck me and make me a drink
I've lost direction and I'm past my peek
cativam qualquer mente tarada - curiosamente, também eu fiquei cativado. Entretanto, neste último trabalho, intitulado "High Violet" (foi o meu momento jornalístico, obrigado) parece-me que se tornaram numa espécia de banda-bandeira para todos os indie. Acho que são bons, mas nem tanto. Este último cd veio mostrar, aos meus e a todos os outros olhos que percebam das merdas, terem encontrado o caminho para o sucesso, vulgo fórmula da galinha dos ovos de ouro. Músicas com qualidade constante, sem grande inovações relativamente aos trabalhos anteriores. Mais do mesmo, mas igualmente bom. Enfim: provavelmente irão crescer e crescer e crescer até se tornarem insuportáveis. Eu espero que não - muita gente a gostar do que eu gosto é coisa que não me agrada nada - espero, caros leitores, que partilhem do mesmo sentimento democrático.
Nota: Este post quer que o acordo ortográfico se auto-penetre, pô.