Justin Vernon já não está sozinho. Depois de se ter enfiado numa casa no meio dos bosques para criar Emma, Forever Ago, essa obra-prima deprimida, o rapaz lá se animou e pôs-se a tocar a angústia pelo mundo fora. Ganhou fama, admiração e, pelos vistos, pessoas do sexo feminino com quem interagir.
Ainda bem; é sempre bonito.
De tudo o que daí se viveu, parece que Blood Banks é produto feliz. Se, em Emma, tínhamos um rapaz desgostoso d'amor
For all your lies,
You're still very lovable
neste último trabalho há esperança renascida
That secret that we know
That we don't know how to tell
I'm in love with your honor
I'm in love with your cheeks
Mas tudo servido em doses de tristeza e melancolia, precisamente a característica chave nos Bon Iver, aquele je-ne-sais-quoi-que-eu-sei e que lhes dá fãs (eu e umas francesinhas) ou indiferença (resto do mundo).
A simplicidade das suas músicas, que consigo arrastam uma mistura de paz-de-espírito com depressão, tornam Bon Iver a minha banda preferida para ver chover à noite. Com um cigarro. É um lugar importante para se estar.