sexta-feira, 7 de maio de 2010

Frank Zappa

Uma vez, ainda eu era convencido (agora sou mesmo bom), ia a caminho da Nazaré com o meu pai e na Antena 1 ia o António José Barros a contar estórias (e histórias) no meio das sempre excelentes músicas que escolhe. Atravessámos um cruzamento ao som de Frank Zappa, o que fez o meu pai entrar em modo automático de contador de estórias. Dizia ele, para meu aborrecimento adolescente:

- Havia pessoal que só ouvia Frank Zappa. Mais nada! Gajos que diziam "eu só oiço Frank Zappa!". Doidinhos, pronto. Pancadas...!

Na altura eu pensava que o Zappa era um político mexicano. Depois apercebi-me que afinal eram uma banda sueca que fazia mais dinheiro que o valor do PIB português, durante a década de 80. Posteriormente apercebi-me que esses eram os ABBA. Desiludido, voltei a agarrar-me, já com o orgulho ferido pela confusão, à ideia que o Zappa é um político mexicano. Aprendi uma lição: para mim há-de ser sempre um político mexicano.

Entretanto ouvi as coisas do homem e, claro, fiquei fascinado.

Anos mais tarde, dei comigo no meu local de meditação. Meditando, pois, ao sol, na esplanada do café, a beber uma mini, vejo à minha frente personagem digna da Liga dos Últimos a traulitar baixinho:

Dreamed I was an Eskimo...


E eu exaltei-me: Isso é Frank Zappa!

Ele retorquiu:

- É pá, uma vez conheci um gajo que só ouvia Frank Zappa! Ele dizia "eu só oiço Frank Zappa!". Ganda doido! - e riu-se.

Não sei se se referia ao Zappa ou ao outro. Não importa. Da minha parte, agradeço ao Zappa o flashback proporcionado. E, claro, toda a sua música: